Nesta obra, propõe-se uma ampliação da clínica gestáltica tradicional (restrita à neurose), visando às novas configurações éticas, políticas e antropológicas dos sujeitos modernos — o que inclui os comportamentos psicóticos, aflitivos, banais e antissociais. Para o casal Müller-Granzotto, intervir clinicamente significa oferecer aos interlocutores a possibilidade de um desvio no ponto de vista sobre a experiência, inclusive nas situações de vulnerabilidade. Tal desvio favorece o surgimento daquilo que nenhuma teoria pode antecipar precisamente: os ajustamentos inéditos produzidos pelos consulentes em face das diferentes variáveis psicossociais nas quais eles estão engajados ou às quais estão submetidos.\r\n