Uma análise discursiva do fenômeno da próclise no português do Brasil apresenta ao leitor uma instigante pesquisa sobre o uso generalizado da próclise – precisamente o não padrão. A autora suscita reflexões acerca dos efeitos de sentido dos diferentes usos desse fenômeno, envolvendo a relação Língua e Discurso e revelando de que maneira o movimento de resistência (no discurso) à dominação ideológica, explicada historicamente, pode influenciar a forma material do idioma, ou seja, a Língua. A infiltração de formas linguísticas próprias do Discurso da Oralidade no Discurso da Escrita tem o efeito de aproximar esses dois discursos. E os confrontos aí inerentes estão cristalizados na relação entre os diferentes dizeres (norma x não norma), na qual se verifica um movimento do sujeito de uma Formação Ideológica específica – materializada em uma Formação Discursiva – para outra Formação Ideológica que lhe é concorrente. Sendo assim, a obra expõe de que forma esse fenômeno, antes de constituir-